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O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, que é o responsável pelos programas sociais do governo federal, anunciou no início de abril o bloqueio de 1,2 milhão de beneficiários do novo Bolsa Família que apresentaram suspeitas de irregularidades. Os bloqueados foram principalmente os grupos familiares unipessoais, que são aquelas com apenas um integrante que mora sozinho, pois acredita-se que muitos tenham mentido sobre este fato para garantir o recebimento do benefício.
Agora, os beneficiários bloqueados que declararam que moram sozinhos devem provar que não mentiram para voltar a receber. Para isso, segundo o governo, será preciso ir ao Centro de Referencia da Assistência Social (CRAS) do município e apresentar documentos como comprovantes de renda e residência, além de assinar um termo de responsabilidade declarando que mora sozinho de fato. Contudo, funcionários dos locais de atendimento dizem que os sistemas estão fora ar, o que tem gerado confusão.
Em uma reportagem publicada nesta terça-feira (18) pelo site UOL, funcionários de diversos CRAS espalhados pelo Brasil reclamaram que, apesar do governo informar nas redes sociais que as famílias devem procurar o local para resolver o problema do bloqueio, não foram repassadas orientações para aqueles que trabalham nos municípios. Além disso, o modelo do termo que deve ser assinado não foi recebido por muitos CRAS, e o sistema fora do ar prejudica ainda mais a situação.
“O ministério faz posts lindos [nas redes sociais]: ‘vá ao Cras, atualize seu cadastro e tenha o desbloqueio e o [pagamento] retroativo’. Mas a gente fica sem saber o que fazer. Explicamos que, sinceramente, não tem previsão [para o sistema voltar]. Só que as famílias estão sem o benefício, que é a principal fonte de renda. Não tem como a pessoa permanecer calma”
Michelle Souza, coordenadora do Cadastro Único em Piquet Carneiro (CE), em entrevista ao site UOL